terça-feira, novembro 12, 2013

Assisti...

... no fim-de-semana, a uma reportagem sobre o militar da GNR que foi condenado a nove anos de prisão por homicídio de uma criança que viajava numa carrinha em fuga conduzida pelo seu pai após a ocorrência de um furto. Segundo o que foi descrito na reconstituição feita na reportagem, o militar da GNR que viajava no carro em perseguição à carrinha com o assaltante terá visto um vulto dentro da carrinha e terá disparado, primeiro para o ar e depois na direcção da viatura, tendo vindo a atingir mortalmente a criança que viajava no seu interior. Ao fim de cinco anos deste acontecimento, este militar veio a ser condenado a nove anos de prisão efectiva bem como ao pagamento de 80 mil euros de indemnização (60 mil à mãe da criança e 20 mil ao pai... o assaltante). Foi também dito, nesta reportagem, que o referido militar mostrou sempre alguma arrogância durante todo o julgamento, demonstrando considerar que o fez foi o correcto e que não teve culpa de assassinar a criança que o pai havia levado na carrinha para um assalto... Foi referido também que este militar já foi alvo de um processo disciplinar...

Não quero, com este post, de forma alguma emitir juízos de valor nem dizer que o militar tem ou não razão, devia ou não ter sido absolvido... Não estou a querer defender ou culpabilizar ninguém mas... Apenas quero dizer que existem coisas que me fazem confusão. Como pais que, neste país, levam os seus filhos de forma totalmente negligente para o local onde vão cometer um crime e onde podem estar sujeitos a encontro com a polícia. Faz-me confusão que se vá indemnizar um pai que actuou de forma totalmente negligente, que andava a monte há cerca de oito anos, à data dos acontecimentos, após ter fugido da prisão onde estava. Faz-me confusão que se tenha que entregar dinheiro a uma pessoa que apenas se limitou a praticar mais um crime e que agora, ainda por cima, venha a receber dinheiro pela total irresponsabilidade que teve ao levar o seu filho consigo.

Este é um assunto demasiado sensível e de certeza que todos terão a sua opinião sobre ele. Se o militar deve ou não ser condenado, se agiu ou não bem no desempenho das suas funções... Enfim, uma imensidão de questões podem e estão a ser levantadas por muitos. Mas a sério que me faz confusão este tipo de justiça em que se entrega uma quantia avultada de dinheiro a alguém que praticou um crime com o filho sentado ao lado. Não estou a dizer, de forma alguma, que não lhe terá custado perder o seu filho. Mas apenas a sua irresponsabilidade é a culpada desta criança ter sido apanhada por uma bala num local onde não deveria estar... Se o militar de GNR agiu bem ou não... Isso é outra história... Mas ninguém deveria levar um filho para o local de um crime...

4 comentários:

  1. É apanágio da justiça indicar sempre um culpado e um inocente. Neste caso, há dois culpados, algo que faz muita confusão ao sistema judicial português.

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    1. E é mesmo para isso que não estamos preparados. E depoia temos situações deatas. Enfim...

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  2. Gostei do teu ponto de vista, realmente quem é o pai que coloca a vida de um filho em risco? Acho que nenhum pai que realmente se sente como tal o faz. É realmente incompreensivel. Beijinhos

    Pedro Ferreira.

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    1. Esse é o principal problema de todo este caso: foi a criança estar no local errado, na hora errada. Se não fosse a irresponsabilidade do pai, provavelmente nunca esta perseguição teria sido notícia pelos piores motivos. E ao olhar para este caso, quantos outros casos de irresponsabilidade de pais existem por esse país fora? Não digo que todos levem os filhos para locais de assalto mas muitas situações de irresponsabilidade parental existem por aí em que são postas em risco a saúde e os direitos das crianças. Muitas vezes estamos desatentos para este ponto mas é fundamental que esteja sempre presente que as crianças precisam e muito da nossa atenção e da nossa responsabilidade, acima de tudo. Beijinhos

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