terça-feira, novembro 02, 2010

Máscara?...


... Quem não a usa uma vez por outra? Quem consegue permanentemente demonstrar verdadeiramente todos os seus sentimentos e não optar por colocar uma máscara que oculte os mais profundos tormentos?
Pois é, a cada dia que passa e no nosso processo de aprendizagem da vida vamos arranjando mecanismos próprios de defesa que nos ajudem a "triunfar" e a conseguir prosseguir com o nosso rumo. Muitas vezes, preferimos que o turbilhão de sentimentos que se esconde dentro de nós esteja, de certa forma, oculto para a maior parte (quando não todas) das pessoas pensando que corremos o risco de parecer mais vulneráveis e, por isso, termos um maior risco de sofrer. Todas as situações que envolvam sentimentos revestem-se sempre de grande importância e ao mesmo tempo de dificuldade pois são esses sentimentos que nos servem de combustível às relações que estabelecemos e que nos permitem alimentá-las continuamente. Existem fases em que esse combustível corre a um fluxo mais débil, em outras parece uma corrente contínua mas é SEMPRE fundamental que exista. A presença e a proximidade é o mais importante nas relações.
E depois existem situações em que somos capazes de ser as pessoas mais brincalhonas do mundo e essa ser a nossa máscara, a redoma de vidro que estabelecemos à nossa volta, a nossa fronteira para quem nos rodeia. E nem sempre toda essa faceta traduz em pleno o que se esconde no nosso íntimo. O que não significa necessariamente que, por detrás desta máscara, se esconda maldade, amargura ou qualquer outro sentimento mais negativo. Antes pelo contrário. Pode esconder-se a pessoa mais doce e capaz de aquecer os momentos mais difíceis, capaz do abraço mais aconchegante e de dizer "estou aqui". E pode esconder ao mesmo tempo uma tristeza tímida difícil de afastar. Mas que precisa de desaparecer para o dia brilhar mais radioso.
É por isso que eu penso que nunca é tempo perdido observarmos (observar mesmo, não limitarmo-nos a olhar) quem nos rodeia. As surpresas podem surgir de onde menos esperamos e nunca se sabe o que um rosto pode esconder verdadeiramente. Pode ser boa ou má a descoberta mas nunca devemos voltar as costas pois os segredos escondidos podem sempre tornar-se uma razão para a união. Uma personalidade que se descobre a pouco e pouco e uma relação que se vai construindo. Devemos sempre estar atentos a quem nos rodeia. Pois só assim também conseguiremos olhar para nós próprios e conhecermo-nos um pouco melhor. E aí a descoberta terá, de certeza, um outro sabor. Muito mais delicioso!!

2 comentários:

  1. alguns mistérios e surpresas sabem sempre bem! desde que se mostre a verdadeira face no momento certo!

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  2. exactamente, Ju. Porque se a face mostrada não for a verdadeira mais cedo ou mais tarde vai desaparecer e aí tudo pode desmoronar-se.

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